E o pai que declamava tinha um livrinho de SONETOS
BRASILEIROS, organizados por Laudelino Freire, cujo prefácio é de 1914, em
Paris. São 105 sonetos e 105 retratos, incluindo Gonçalves Dias, José Bonifácio
e Fagundes Varela, com seus sonetos,
expressão de uma época, de um modo de ser e pensar. E meu pai declamava, nós amávamos cada poema,
cada foto. E declamava um deles, em especial, para minha mãe, talvez
profetizando a vida deles...
" Os Cisnes "
Júlio Salusse (1872/1948)
A vida, manso lago azul, algumas
vezes, algumas vezes mar fremente,
tem sido para nós, constantemente,
um lago azul, sem ondas, sem espumas.
E nele, quando, desfazendo brumas
matinais, rompe um sol vermelho e quente,
nós dois vogamos indolentemente
como dois cisnes de alvacentas plumas.
Um dia, um cisne
morrerá por certo.
Quando chegar esse momento incerto
no lago, onde talvez a água se tisne,
- que o cisne vivo, cheio de saudade,
nunca mais cante, nem sozinho nade,
nem nade nunca ao lado de outro cisne.
Reg, Mamãe está dizendo que ele dizia: "Que ela era o Canto do Cisne, que ele jamaios nadaria ao lado de outro cisne". Bjs. Marta E Mãe
ResponderExcluirPelo sim, pelo não, ninguém mais nadou ao lado de outro cisne...
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