quinta-feira, 31 de maio de 2012

Das origens, parte 2

DAS CHRISTEN BUCH

Praticantes do protestantismo, Igreja Lutherana, minha avó tinha um grande livro, com passagens do Evangelho, onde fazia anotações.  Ali temos o registro dos nomes dos membros da família, com datas de nascimento e morte.  Em algumas páginas, anotações de rodapé com registros de momentos vividos, mudanças, amigos e até coisas corriqueiras.
Chronik der Familien Dietel e Rossner - grafado com a letra alemã que substitui o "ss"  e foi traduzido como "hs".      

Assim começava o que chamávamos de nossa BÍBLIA e que nos acompanhou a infância. 


Eu e minha casa, nós serviremos ao Senhor.


No rodapé da página,  o texto da esposa:
CHORAL: JESU GEH' VORAN....ER NUR DEN LIEBEN GOTT LASST WALTEN...
consegui localizar a Cantata BWV 93 de J. S. Bach





Minha homenagem de hoje ao meu avô Peter Rohsner, que nascido em 31 de maio de 1872, hoje completaria 140 anos de idade. Alles Gute!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Mudando como um deus o curso da história

 

SUPER HOMEM    Gilberto Gil

 

Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter
Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É o que me faz viver
Quem dera pudesse todo homem compreender, ó mãe, quem dera
Ser o verão no apogeu da primavera
E só por ela ser
Quem sabe o super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um Deus o curso da história
Por causa da mulher
Quem sabe o super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um deus o curso da história
Por causa da mulher

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Das origens, parte 1

Sou filha mais velha de seis. Cinco irmãs e um irmão,  que ganhamos de presente quando já podíamos ser mães.  Nasci prematura, de parto complicado. Sei, pelas histórias contadas, que meu pai, homem grande, me sustentava em uma das mãos com meus dois quilos.  Assim começa nossa família.
Dos meus avós paternos conhecemos uma foto e algumas histórias.  Imigrantes do princípio do século passado, fugidos da Alemanha na primeira guerra mundial, chegaram a Barbacena, Minas Gerais, onde meu pai nasceu (talvez fruto da longa viagem de navio).   Depois vieram para o Rio de Janeiro e não sabemos  da existência, no Brasil, de qualquer outro parente.  Meu avô Peter era marcineiro e de minha avó conheço um pouco da personalidade fascinante, pelos escritos que deixou. 



Herdamos de Henriette  (Henny) um livro, um caderno e algumas cartas.   Nada poderia ter tido maior encanto na nossa vida. 

O caderno é todo manuscrito, com bico de pena, caligrafia perfeita, capricho, nobreza de caráter e dedicação.  São quase cem páginas de pura contemplação. Alguns textos próprios, poemas e recortes de jornais e revistas.  Algum humor, fino.  Não consigo traduzir tudo, mas sorvo as letrinhas, imaginando como isso acontecia.  Vejo  aquela criatura  sentada à mesa, com tinta, pena, mata borrão, lápis, régua, cola, escrevendo o que lhe passava.  Fico admirada com a sua cultura. Como terá sido sua vida antes do Brasil?  Tudo é envolto em mistério e respeito.











Am Schalter
Postbeamter: Dieser Brief ist zu schwer.  Da mussen Sie noch eine Marke aufkleben.
Frau: Aber dann wird er ja noch schwerer.

( O funcionário do correio diz que a carta é muito pesada e precisa colocar mais um marco (selo). A senhora argumenta que então a carta vai ficar ainda mais pesada.)























Vivesse ela nos dias de hoje, seria blogueira, das boas. Minha homenagem de hoje é pra ela, a mulher mais velha da família.

domingo, 27 de maio de 2012

Hoje é domingo, pé-de-cachimbo ou pede cachimbo?

           Domingo pede almoço gostoso de família, com direito a fofoca e tudo, pede pudim de leite condensado, pede cochilo depois do almoço...mas na minha infância, domingo era pé-de-cachimbo mesmo...
           É assim que eu gosto de me lembrar.  Tinha um gran-finale  que era tão emocionante como o "miau" do atirei o pau no gato...(depois volto a esse assunto) 



Hoje é domingo
Pé de cachimbo
Cachimbo é de barro
Bate no jarro
O jarro é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Chifra a gente
A gente é fraco
Cai no buraco
Buraco é fundo
Acabou o mundo




sábado, 26 de maio de 2012

Grávida



Acho mesmo que somos sempre grávidas...

A vingança de Verônica...medida sócio educativa!

Achei hilária a cena em que Verônica passa as novas regras para Cadinho - sonho de consumo!  Acredito que tenha realizado os desejos de muitas mulheres...
Em destaque, foi ótima a especificação do filme que ela quer ver na sessão das 2 da tarde (para voltar a tempo de assistir a novela das 6 e ainda sair pra jantar):

-Nenhum filme que tenha carro explodindo, nem homem dando soco.  Uma comédia romântica, assim, bem bobinha - daquelas que eu adoro e que você detesta!


sexta-feira, 25 de maio de 2012

“Eis, aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Tua Vontade” (Lc 1,38)


Um dia, de repente, num passe de mágica, estamos grávidas. Susto. Seja em qualquer situação, vem o susto. Medo. Medo da transformação física, medo da dor, medo da enorme responsabilidade. Estamos prontos? A resposta é não, ainda não. Estaremos um dia? Juro que não sei. Se não queríamos ou não podíamos querer, vem o pânico. Se queríamos muito, vem a enorme alegria. De um jeito ou de outro, esse emaranhado de emoções não vai nos deixar tão cedo. Se é que um dia nós vamos restabelecer a sanidade emocional. Eu ainda não consegui. Pulei de um susto pra outro, de uma alegria pra outra e continuo chorando desde o dia em que soube da minha gravidez. Chorando a cada uma das centenas de vezes que nasce uma criança na minha família. Mulheres parideiras, disse meu obstetra.

Nessa hora , em que geramos um ser, eu me lembro de Maria, sentindo que realmente permitimos que Deus opere esse milagre em nós. Nada sabemos, nada fazemos. O milagre se cumpre.




“Eis, aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Tua Vontade” (Lc 1,38)

Começamos a sentir esse bebê, a conversar com ele. Ele existe, está em nós, mas não o conhecemos. Quem é? Qual a cor dos seus cabelos? Será uma menina? E vamos crescendo, aprendendo a amar em seu maior significado, amar a alguém pra toda a eternidade. E nada mais importa. Quando parimos, a única coisa que desejamos é que esse filho seja saudável e muito feliz.


O tempo parou pra eu olhar pra aquela barriga...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pra mim, amar é assim...

Se eu pudesse - M. Gandhi

SE EU PUDESSE
Se eu pudesse deixar
algum presente a você,
Deixaria aceso o sentimento
de amar a vida dos seres humanos.
A consciência de aprender tudo
o que foi ensinado pelo tempo afora.
Lembraria os erros que foram cometidos
para que não mais se repetissem.
A capacidade de escolher novos rumos
Deixaria para você, se pudesse,
o respeito àquilo que é indispensável:
Além do pão, o trabalho.
Além do trabalho, a ação.
E, quando tudo mais faltasse, um segredo:
O de buscar no interior de si mesmo
a resposta e a força para encontrar a saída.

Mahatma Gandhi

CENTRAL MAMY

http://www.centralmamy.com.br/

quarta-feira, 23 de maio de 2012

“Sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro!”  (Clarice Lispector)      

Essa mulher é minha musa, exemplo e meta

Mulher (Sexo Frágil)

Erasmo Carlos
Dizem que a mulher
É o sexo frágil
Mas que mentira
Absurda!
Eu que faço parte
Da rotina de uma delas
Sei que a força
Está com elas...
Vejam como é forte
A que eu conheço
Sua sapiência
Não tem preço
Satisfaz meu ego
Se fingindo submissa
Mas no fundo
Me enfeitiça...

Quando eu chego em casa
À noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas prá quem deu luz
Não tem mais jeito
Porque um filho
Quer seu peito...

O outro já reclama
A sua mão
E o outro quer o amor
Que ela tiver
Quatro homens
Dependentes e carentes
Da força da mulher...

Mulher! Mulher!
Do barro
De que você foi gerada
Me veio inspiração
Prá decantar você
Nessa canção...

Mulher! Mulher!
Na escola
Em que você foi
Ensinada
Jamais tirei um 10
Sou forte
Mas não chego
Aos seus pés...