MARIAS, REGINAS
E OUTRAS MULHERES
Existem os estatutos, as leis e as
punições. Sempre que vejo “reserva de
vaga” e outros regulamentos onde
pretensamente protejam os direitos das “minorias”, me pergunto se eles não são
a prova mais viva das discriminações.
Dia Internacional da Mulher, seriam
os outros 364 dos homens?
Não sou feminista, nunca reneguei meus
seios, nem queimaria meus suteans. Sou um ser humano, do sexo feminino.
Acho que pelo fato de ter uma família tão cheia de mulheres (e que mulheres!), não fomos criadas sob o jugo masculino. Somos mulheres, somos gente, que não fica
questionando sobre os direitos femininos, mas os sente, os vive e os
exige. Assim sou, como minhas irmãs e minha mãe.
Usamos batom e salto alto, parimos e
amamentamos. Namoramos homens. Amamos os homens que nos tratem bem, que
abram portas para passarmos, que nos tragam flores, claro. Homens que não pensem que nascemos para lhes trazer os chinelos quando chegam do
trabalho. Nós também chegamos do trabalho,
por vezes mais duro que o deles. Nós também
precisamos de massagens nos pés. Afinal,
andamos de salto alto...
Uma amiga só entendeu “o casamento”
quando após uma semana de uma linda lua de mel, praia, passeios e muito amor, o
“marido” avisou que naquele dia eles não
poderiam passear, pois “ela” teria que
lavar as roupas dele... Como assim? Aos
poucos ela vinha cuidando da própria mala e lavando uma coisinha ou outra... mas
cabia a ela fazer o mesmo com a mala dele.
Não porque queria, não porque combinaram, simplesmente era a sua
obrigação de esposa. Tem muitos itens estranhos
nesse contrato de união (seria de amor?). Por menos formal que seja esse
casamento, já vem no pacote, não se discute.
O que eu penso disso tudo é tão diferente,
que já reclamo se o marido se oferece
para ajudar a esposa, lavando uma louça, por exemplo. Ajudar? De quem é a louça? De quem é a tarefa? De quem é a casa? Ou o casamento é uma
parceria ou não sei de mais nada...
Não estamos pedindo liberdade, somos
livres, leves e soltas! E temos muito
amor no coração...
Olha Maria Tom Jobim
Olha Maria
Eu bem te queria
Fazer uma presa
Da minha poesia
Mas hoje, Maria
Pra minha surpresa
Pra minha tristeza
Precisas partir
Parte Maria
Que estás tão bonita
Que estás tão aflita
Pra me abandonar
Sinto Maria
Que estás de visita
Teu corpo se agita
Querendo dançar
Parte Maria
Que estás toda nua
Que a lua te chama
Que estás tão mulher
Arde Maria
Na chama da lua
Maria cigana
Maria maré
Parte cantando
Maria fugindo
Contra a ventania
Brincando, dormindo
Num colo de serra
Num campo vazio
Num leito de rio
Nos braços do mar
Vai alegria
Que a vida, Maria
Não passa de um dia
Não vou te prender
Corre Maria
Que a vida não espera
É uma primavera
Não podes perder
Anda, Maria
Pois eu só teria
A minha agonia
Pra te oferecer
Muito lindo o texto.
ResponderExcluirEles já estão sabendo que as "Amélias"
de hoje andam de salto alto... Rsrs.
Walkyria